O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O ASSOALHO PÉLVICO ( trechos do livro Heal Pelvic Pain)
O Assoalho Pélvico (AP) é o
conjunto de todos os músculos, mais os nervos que controlam os músculos, mais
os tecidos - chamados fáscias - que se conectam uns com os outros, mais os
ligamentos que unem osso a osso, e o osso
ao órgão a que está preso na frente, nas costas e nas laterais da pelve, indo do
osso púbico na frente do corpo a todos os demais ossos até o cóccix, no final
da coluna vertebral. Esses músculos, nervos, tecidos e ligamentos finalizam (
como uma bainha) o AP e juntos agem como uma atiradeira ou rede para suportar
os órgãos pélvicos - o trato urinário, os órgãos reprodutivos - incluindo a
bexiga, a uretra ( ou em homens, a próstata) e o cólon.
Esta é uma parte essencial e
nuclear de seu corpo, o centro de gravidade de sua "armadura", ou
eixo, o lugar de onde os movimentos se originam, em certo sentido, a
sustentação mais poderosa de seu corpo.
Religiões orientais atribuem significância espiritual e física a esta parte do
corpo, vendo-a como o lugar onde reside a energia vital de seu corpo.
Em grande parte da tradição
Hindu, é a serpente enrolada de Kundalini,
esperando ser despertada como energia. Na Cultura Chinesa o AP é a casa do chi,
a energia vital que deve fluir livremente em nossos corpos, de modo a nos
manter saudáveis. Nas artes marciais Japonesas, é o hara, o centro vital do self (eu) - localizado justamente três
dedos abaixo do umbigo para dentro em direção à espinha. O reconhecimento dessa
força vital está no coração da prática espiritual nessas tradições, e é o foco
dos exercícios físicos que invariavelmente acompanham tais práticas.
Pesquisas científicas Ocidentais
confirmam que um forte e saudável AP é o
núcleo essencial para a saúde geral e física. É fundamental para o nosso
bem-estar. É a chave para aquela sensação de vigor físico que é tão importante
para a saúde total.
OS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO (AP)
Todos os músculos do AP trabalham
juntos para apoiar os órgãos pélvicos e ajudar a bexiga, o intestino e a função
sexual e com a estabilidade e mobilidade do tronco. Mas cada músculo tem,
também, sua específica e individual função. Como podemos ver em imagens da
musculatura do AP ela se divide em duas partes. A parte superior compreende as
camadas superficiais do AP. Os músculos do
diafragma urogenital, também conhecido como triângulo urogenital, porque como
podemos comprovar os músculos formam um triângulo.
Estes músculos são o bulbocavernoso, isquiocavernoso e o
períneo transverso, todos s quais ajudam o orgasmo e o controle da bexiga
tanto em homens como em mulheres.
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A parte inferior do AP, algumas vezes chamada de triângulo anal contém todos os outros músculos do AP, todos dos quais são encontrados nas camadas profundas do suporte pélvico. Estes músculos incluem o elevador do ânus, os esfíncteres anal e uretral, coccígeos, piriformes e obturador interno.
O músculo elevador do ânus
movimenta o cóccix ( tailbone). Ele é composto do pubococigeos ( um importante
músculo que ajuda no orgasmo de homens e mulheres), o puborretal e o
iliococigeos. Nem todos os músculos ficam visíveis nas imagens porque alguns
ficam em camadas inferiores. O puborretal ajuda no esvaziamento intestinal,
assim se ele está apertado ou espasmado ( fraco), isso deve resultar em
incompleto ou difícil esvaziamento do intestino. ( Parece chato o detalhamento, mas algumas pessoas mais
estudiosas entenderão melhor)
O músculo do esfíncter anal e
uretral ajudam a função da bexiga e do intestino, em homens ou mulheres.
O obturador interno, cocígeos e
piriforme todos trabalham juntos, mas apresentam pequenas diferenças
funcionais. O obturador interno é também um rotator do quadril e é o condutor
para um nervo muito importante, o nervo PUDENDO, que ajuda a controlar grande
parte da função do AP. Uma disfunção no obturador interno pode, portanto,
resultar em grande quantidade de problemas. ( ....)*
Portanto hoje, o evoluído AP
serve a três propósitos vitais:
1. ele
segura e amortiza os órgãos dentro da pélvis e no baixo abdômen: órgãos
urinários, digestivos e reprodutivos;
2. ele
controla a continência sinalizando a urgência da uretra e do intestino;
3. ele
é o mecanismo da função sexual, na contração dos músculos ao redor da genitália
feminina e masculina para responder à
excitação e melhorar o prazer.
Estas são grandes e importantes
funções, talvez por isso há tantos músculos grossos e próximos envolvidos. (
.... ) **
DOR NO NÚCLEO
Claro, se você tem um mecanismo
tão complexo como o assoalho pélvico, com todos esses músculos, nervos, tecidos
e ligamentos que seguram todos esses órgãos e prendem-se a todos aqueles ossos,
é propenso também a algumas disfunções. Basicamente, no entanto, existem quatro causas fundamentais de
desordens pélvicas: inflamações, infecções, traumas e uma série do que nós
costumamos chamar de condições musculares mecânicas - e um número qualquer de
fatores contribuintes que definem essas causas.
Qualquer tipo de condição inflamatória crônica, em qualquer órgão
pélvico, pode originar uma desordem. Assim pode acontecer com qualquer tipo de
infecção ( do trato urinário, bacteriana, fúngica ou doença grave que afeta a
área). Certamente, uma lesão de um acidente ou queda pode causar disfunção.
Cirurgias - histerectomia, prostatectomia ou cesariana deixa os músculos fracos
ou feridos. E o abuso físico ou sexual também pode produzir trauma prejudicial.
Mas é igualmente possível que o distúrbio do AP de uma pessoa tenha sido
causado pela simples fraqueza do tronco e dos estabilizadores pélvicos. Ou, talvez,
a espinha e a pelve da pessoa esteja desalinhada. O indivíduo pode simplesmente
nascer com essa condição, não é incomum alguém
herdar uma coluna fraca ou uma espinha mal alinhada. Ou essa condição pode
resultar de posturas erradas, tensão excessiva de levantamento pesado ou outras
atividades físicas, ou ainda trabalhar com movimentos repetitivos. Também é
possível que você esteja usando os músculos do assoalho pélvico incorretamente,
resultando no desalinhamento dos
músculos. Todos podem sobrecarregar e/ou encurtar os músculos. Tal estresse
enfraquece os músculos e diminui a função do movimento. Algumas vezes um parto
normal comum pode provocar a disfunção, ou ainda o uso de roupas muito
apertadas, ou uma infecção por fungos ou mesmo tocando excessivamente um instrumento
de sopro. Qualquer um ou todos esses fatores disparadores poderiam levar a um espasmo ou fraqueza ou comprometimento dos músculos,
produzindo disfunção que pode variar da dor debilitante à síndrome do intestino
irritado, até desordens na pele, disfunção erétil ou diminuição da libido.
E aqui está o problema:
precisamente porque os músculos do assoalho pélvico estão proximamente
interligados, qualquer tipo de desordem, em qualquer lugar do AP pode ter um impacto em alguma ou
em todas as funções do AP. Você pode esticar um músculo durante uma ginástica
ou Pilates, ou em movimentos bruscos e descobrir que você começa uma luta dura
contra a urgência e a dor urinária, inclusive no sexo com seu parceiro - tudo provocado por um espasmo sofrido
durante uma atividade mais forçada, ou mal feita.
ESTE É O CERNE DO PROBLEMA: uma
disfunção do AP pode levar a outra. E a outra. E ainda a outra. Uma desordem em
qualquer caso pode causar dor incapacitante, incontinência, retenção de urina,
de intestino, sexual, muitas vezes todas de uma só vez.
Além disso, uma vez que o AP
conecta nosso corpo superior e inferior, uma disfunção pélvica pode,
infelizmente, afetar qualquer dessas partes do corpo. Eu tenho tratado
pacientes com transtorno do AP que, em seguida, relataram que a dor no pé ou
nas costas desapareceram com o tratamento. O motivo? A dor do AP havia
irradiado para a parte superior e inferior do corpo, afetando aquelas áreas.
Isso é típico! Todos esses músculos, nervos, tecidos e ligamentos,
enredados juntos, em apoio aos órgãos pélvicos, unem-se em caminhos rápidos
provocando a dor típica de uma disfunção pélvica. O que começa em um núcleo,
forma em breve uma cascata em qualquer parte através do corpo. É por isso que
tantas pessoas que sofrem de distúrbios do AP sentem uma combinação de sintomas,
e é por isso que esse sofrimento não para na região pélvica.
E a principal razão por que a
desordem pélvica é raramente a primeira coisa em que nós pensamos diante da
gama de sintomas a que o transtorno pode induzir. Um caso de diarréia pode nos
levar a tomar remédio para isso, ou procurar um gastro. A dor vaginal pode nos
levar a procurar um ginecologista. a dor nas costas nos leva ao ortopedista, ou
nos leva a repousar por alguns dias com almofadas quentes ou geladas.
O problema é composto pelo fato
de que uma vez visitando um consultório médico, muitas desordens pélvicas são frequentemente diagnosticadas como problema nos órgãos. Eles
sentem a dor no órgão, mesmo não havendo
infecção ali e tendem a descrever os distúrbios dos órgãos, assim os médicos
tentam tratar tais sintomas, mesmo quando a dor esteja realmente irradiando por
uma disfunção do músculo, nervo, tecido, ligamento ou todos eles.
Onde quer que seja a dor, essas
disfunções podem afetar a qualidade de vida e a maioria das áreas mais íntimas
da vida e, no pior dos casos, seu impacto pode tornar o indivíduo completamente
miserável a maior parte do tempo.
CONSEQUÊNCIAS DAS DESORDENS DO AP
Pense no que pode acontecer se o
AP não puder mais desempenhar bem suas funções vitais. Se os órgão da pelve - órgãos
reprodutivos, bexiga, intestino - não estiverem bem seguros contra a gravidade
e amortecidos contra a pressão, eles literalmente podem começar a cair. À
medida em que se afundam e deslocam, eles deixam de funcionar corretamente e a
pressão e a dor podem resultar disso. A incontinência pode acontecer. E,
finalmente, a cirurgia pode ser indicada.
Se os músculos que controlam os
impulsos e as aberturas para a evacuação se tornam fracos ou em desequilíbrio,
o resultado será a evacuação ou retenção - ou ambos. Você sentirá tensão,
inchaço, diarréia e dor abdominal e/ou pélvica. Você pode também sofrer de
incontinência e outros sintomas
urinários e intestinais.
Se os músculos que promovem a
atividade sexual se tornam fracos ou estão tensionados, a sua capacidade de
responder a seu parceiro serão diminuídas, assim como sua diversão e a de seu
parceiro. Se a tensão for realmente ruim, a penetração pode ficar dolorosa ou
mesmo impossível, para a mulher, enquanto os homens sofrem com a dor após a
ejaculação.
FINDANDO A DOR E CURANDO A DESORDEM
O próprio assunto da dor pélvica pode ser desconfortável para
você falar sobre ele - para o parceiro, para um amigo, mesmo para um médico.
Talvez você tenha assumido que a dor ou o desconforto acabe como chegou. Talvez
você pense que precisa aprender a viver com isso.
Não você não precisa. DE fato,
você não deveria!
Meu programa de cura natural pode
ser feito por você mesmo. Quando trabalho com pacientes, um por um, em meu
estúdio de fisioterapia, eu prescrevo exercícios de alongamento e relaxamento,
mudanças na dieta e nos hábitos e estilo de vida, a aplicação de técnicas
manuais, biofeedback, massagem profunda, calor e frio e outros tratamentos e
métodos especializados de fisioterapia. Eu tenho adaptado todas aquelas
modalidades, a que nós chamamos de terapias físicas, em programas que você pode
fazer em casa, por você mesmo, sem tomar medicação ou usar equipamentos.
O programa de exercícios consiste
em um conjunto de movimentos que você pode fazer na privacidade de sua casa e
no decorrer do dia, esteja onde estiver. Você poderá aprendê-los em uma
abordagem por fases. Você também encontrará ( no livro) recomendações
nutricionais que objetivam aliviar seu desconforto e sugestões para tratamentos
em um SPA caseiro para acalmar seu desconforto
e acalmar-se.
E o fato é que você poderá
aprender a fazer mais do que acabar com sua dor ou curar sua desordem. Estes
exercícios e a auto-terapia pode ajudar e prevenir os efeitos do
envelhecimento. Eles podem ajudar a melhorar a sua intimidade e a sua diversão.
Eles podem levá-lo a um nível melhor de alongamento e fortalecimento físico do
núcleo que se traduzirá em uma sensação de bem-estar em todos os aspectos da
vida.
TÍTULO DO LIVRO : HEAL PELVIC
PAIN ( pode ser comprado na Amazon)
Autora: Amy Stein, M.P.T. (
Mestre em Fisioterapia)
* / ** Deixei de traduzir partes
com maiores detalhes