segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

MINHA HISTÓRIA MÉDICA DE DORES E HORRORES



O ano de 2014 começou estranho para mim: forte crise de asma com crises de tosses incomuns. Na ocasião, abril, estava cuidando dos netos, no Rio, enquanto os filhos viajavam. Peguei uma virose da neta de quatro anos e a crise de asma tomou conta.
O pior começou a ser observado em maio, quando forte dor súbita acordou-me no meio da noite, com ânsias de vômito e vontade de evacuar. Doíam o baixo ventre e as costas. Eu estava fria e tentei vomitar; não conseguia. Sozinha e apavorada, ingeri dois comprimidos de BUSCOPAN,  certa de que estava em uma crise de pedra nos rins. Nesses longos minutos planejei o que faria caso a dor não diminuísse. Ligar para o marido só em último caso, já que viajava a negócios. Tinha amigos, com quem podia contar, então, fiquei com o telefone a meu lado, na cama. A dor foi aliviando e caí de novo no sono. No dia seguinte, e depois, nada daquela dor voltar. Comecei, aí, minha maratona de pesquisa em médicos de diversas especialidades.
A ginecologista, minha prima, fez uma anamnese completa e pediu todos os exames possíveis. Sintomas estranhos e dores, que eu não conseguia identificar ou apontar o órgão de origem, estavam a enlouquecer-me. Querendo ajudar, ela pediu,  antecipando o protocolo, uma cistoscopia. Fui combinar o exame com um urologista conhecido. Este  chamou a  médica de  louca ( ele foi o louco!) e pediu novos exames. Nada acusava problemas. Fiquei furiosa porque o "doutor” acabou ironizando meu sofrimento, como se eu estivesse inventando dores.
Nessa via sacra, fui também ao gastro e fiz endoscopia e colonoscopia. Nada errado. E as dores seguiam. Nesse meio tempo, lembrei que precisava cuidar da alergia. Esperava e agia.
Em setembro, iniciei um tratamento rigoroso da asma e tomei uma bateria de remédios por três meses. Jamais desisti de pesquisar sobre as dores do baixo ventre. Até porque eram fortes.
Lembrei o nome de um médico que tinha sido indicado inicialmente por minha prima, Dra. Angela. Fui a ele tentar marcar a tal CISTOSCOPIA, que diziam ser muito agressiva. Também não me levou muito a sério, mas pediu novos exames: sangue, urina, ultrassonografia e urodinâmica. A esta altura, eu tinha também dificuldade e dor ao urinar, e qualquer porção de urina provocava fisgadas terríveis na bexiga. Obviamente eu já temia o pior: um câncer!
O urologista, Dr. Valter Muller, de Niterói/RJ, era considerado o melhor da cidade. Receitou-me um medicamento muito caro, ( após uma urodinâmica e outros exames) cujo nome esqueci, e disse que em dias eu estaria melhor. Isso já era final de novembro e eu tinha uma viagem de fim de ano, já comprada  e planejada com filhos, netos e um sobrinho, a quem principalmente eu não queria decepcionar – ele iria a Orlando pela primeira vez.
E fomos. Passei o mês inteiro indo a todos os banheiros dos parques, dos shoppings, restaurantes e das estradas. Bom que os banheiros eram todos decentes, bem diferentes dos nossos, no Brasil. Tive muita dor e tomei infinitos analgésicos, mas não sabia, ainda, da dieta. Fim de 2014 e início de 2015, sem diagnóstico e com dores e sofrimentos.
O voo de volta foi o pior filme de horror que vivi. Sem saber, tomei dois cappuccinos no aeroporto. Passei a primeira parte da viagem, de Orlando a Miami, em completo desespero, sem conseguir sair do banheiro. Era como se sentasse sobre um grande caco de vidro, parecia o fim da vida.
Dei trabalho à comissária porque não parei de ir ao wc,  até nos momentos mais perigosos.
No aeroporto de Miami, consegui ter uma explosão intestinal e um alívio dos deuses, no banheiro!
O último trecho da viagem foi melhor, embora eu estivesse muito tensa. Rezei muito! Ufa!!!
Chegando a Niterói, tive três dias de vômitos e diarreia. Tentei hidratar-me e cheguei a pensar em ir à emergência, mas esperei passar o terceiro dia. Liguei para uma prima pedindo orientação.
Disse ser  uma virose, ou mudança  de clima – o calor era aquele de janeiro! Sugeriu hidratação.
Descansei por uma semana e, incrível, depois dos três dias de expulsão de sólidos e líquidos, fiquei duas semanas sem sintomas. Por quê? Até hoje não sei.
Bom, depois de tantos sustos e apertos, voltei ao uro que, afinal, marcou a cistoscopia.

Fiz a cistoscopia, em maio, com anestesia, e mesmo assim muito incômoda. Tomei antibiótico antes por precaução. Tinha tido infecção depois da urodinâmica com sonda. Continuei o antibiótico até o sétimo dia. Tive dor e sangramento, mas passou aos poucos. Enfim, o diagnóstico: não era câncer, era Cistite Intersticial (CI). A bexiga estava cheia de feridas, o epitélio mostrava sinais claros de uma doença crônica e sem cura. Fiquei aliviada por ter o diagnóstico; mal sabia que talvez fosse mais simples tratar um câncer. (???) Falei TALVEZ!
A consulta seguinte foi de orientação sobre a dieta rigorosa, indicação de AMYTRIL ( 2 vezes ao dia) e recomendação de atividades de relaxamento físico. Não fiquei satisfeita: diante de tanto sofrimento ( as dores lancinantes e a urgência e frequência urinárias minavam todas as minhas forças), achei o médico frio e indiferente. Na verdade eu queria compaixão! Ou colo kkk
Bem, a seguir fiz o que eu e toda minha família queriam: fui ouvir outras opiniões, de médicos competentes e recomendados, no Rio de Janeiro. Levava o resultado da cistoscopia e relatava minha novela. Dr. Motta, o mais jovem, deu uma receita com quatro medicamentos: AMITRIPTILINA, HIXIZINE, CIMETIDINA e VESICARE. Gostei dele, mas não tomei decisões sobre o tratamento. No dia seguinte, fui ao Dr. Samuel Dekermarcher, que conversou gentilmente , sugeriu que eu procurasse um grupo de apoio no facebook e que lesse muito sobre o assunto, mas receitou apenas AMYTRIL. Bom, decidi começar o tratamento com apenas este antidepressivo tricíclico. Os três urologistas conheciam a doença e tinham outros pacientes com o problema. Lembram que o primeiro urologista a que fui, em Niterói, foi frio e irônico? O insensível desconhecia, com certeza, a doença e seus sintomas. E, pior,  tinha sido aluno meu.
A partir de então, mergulhei nos livros, artigos e sites específicos e respeitados. Estou até hoje estudando sem parar. Comecei a cuidar da dieta e tirei muitos alimentos da minha vida.
Como o Amytril demora de 60 a 90 dias para fazer efeito, fiquei inquieta e sem forças para toda aquela dor cruel. Decidi, meses depois, por ter asma, introduzir o HIXIZINE. Achei que aliviou um pouco. Um mês depois, por conta dos estudos e porque tenho intestino irritado, introduzi CIMETIDINA. Já estava entrando na receita do Dr. Motta. Nada fiz sem ter sido indicado e sem muito estudo, a não ser um medicamento indicado no grupo como milagroso, RETEMIC Tomei por dois ou três dias e secou toda minha saliva. Não conseguia mais comer, só podia beber.
Claro que suspendi imediatamente o tal remédio.  Continuaram a secura na boca e o intestino travado. As dores pioraram. Fiquei muito irritada e tirei tudo, mantendo uma dose única de AMYTRIL. Estava já quase no meio do ano e muito chateada.
Usei DIGEDRAT e CHIA ( indicado no grupo) para melhorar o intestino, que ajudaram  apenas temporariamente. O intestino tem tudo a ver com as crises. Iniciei  as sessões de ACUPUNTURA.
Em junho já sentia um certo  alívio. Comecei a fazer DIÁRIO MICCIONAL, porque precisava melhorar urgência e frequência urinárias para ter qualidade de vida. No fim de junho, consegui indicação de uma FISIOTERAPEUTA especializada em assoalho pélvico, Raquel Boechat, hoje minha amiga. Acreditem, consegui também esse serviço em Búzios, onde moro. Melhorei em 3 meses.
Foi muito difícil no começo: as dores aumentaram e eu tinha de interromper as sessões para ir ao banheiro. A vida era ainda muito desconfortável e constrangedora. Insisti em não aceitar essa doença como incurável e sem esperança de alívio! Tenho teimado bastante, sempre otimista.
Comecei a planejar a ingestão de líquidos, de modo a conseguir ir ao cinema e até segurar o tempo da sessão de acupuntura e de fisioterapia pélvica, tudo indicado nas minhas pesquisas médicas. Antes não conseguia ficar duas horas sem ir ao banheiro. Agora consigo, às vezes.
Por sorte, tive todo apoio do marido ( coitado, viu cada cena de dor...) e dos filhos. A filha, que mora em Boston, também estudou  muito a doença e troca diversas opiniões comigo.
Em julho já me sentia melhor e ousei fazer uma viagem, com um casal de grandes amigos, à serra catarinense. Fomos de avião, mas lá tudo era de carro. Sobrevivi sem deixar de fazer nada, mas fazia compressa quente toda noite e só tomava AMYTRIL e HIXIZINE (este, para prevenir asma porque estava muito frio). Já sentia os efeitos da fisioterapia e da acupuntura. Ah, iniciei por indicação do médico acupunturista um tratamento de AUTO-HEMOTERAPIA. Este é um capítulo à parte, mas pesquisem o assunto. Faço este tratamento há uns seis meses.
Estando melhor, comecei a sonhar com uma visita à filha, na esperança de ir a um médico por lá.
Completei 3 meses de fisioterapia e, em final de setembro, viajamos e lá ficamos o mês de outubro, sem maiores problemas, mas com raros episódios de dor e aumento de frequência.
Não  quero dizer que consegui resumir todo meu calvário, até porque tenho tendência a esquecer coisas ruins que já ficaram para trás. Tento ser guerreira porque já acompanhei muito sofrimento.
Destaco duas ocasiões de desespero ( sem voltar ao caso do avião), ambas em engarrafamentos. Na primeira delas, precisei fazer xixi em uma toalha e no carro mesmo. Dores e vexame incríveis.
A segunda foi em Búzios mesmo, ao voltar do encontro com uma pessoa muito querida. Tentei disfarçar meu sofrimento e segurei até onde pude. Indo para casa, em outro engarrafamento, tentei soltar um pouco de xixi para aliviar a dor miserável. No ato de relaxar a bexiga, o intestino fez um estrago. Não gosto nem de lembrar. Sorte que estava sozinha.  Relato pq tento mostrar o sofrimento, como todos que têm CI, mas sobrevivo. Tenho fortes crises nas madrugadas. Se consigo dormir duas ou três horas, acordo com  dores excruciantes ao fazer xixi. Só Deus sabe...
E terminei o ano de 2015 normalmente. Passamos o Natal com os filhos e netos no Rio e escolhemos ficar sozinhos ( pela primeira vez ) no Reveillon. Brindamos com champanhe e PRELIEF( meu companheiro) e correu tudo bem.  O show de fogos foi lindo! Tenho, agora, tomado uma cervejinha vez ou outra, sempre com Prelief. Ufa! Que venha um 2016 igual ou melhor.
Continuo lendo e estudando muito: mantenho a esperança de que meu caso seria um tipo de dor neural ou miofascial, já que muitas pesquisas afirmam que diversas doenças ou síndromes têm sido diagnosticadas como CI ou Síndrome da Bexiga Dolorosa, mas podem ser de outras naturezas.
Adoro os grupos. Nenhum médico dá o conforto como quem vive a violência de nossas dores. Todos tentam ajudar e quase sempre ajudam de fato.
Tenho fé em Deus que essa doença, ou síndrome multifatorial, esteja sendo cada dia mais estudada e que respostas e tratamentos surgirão para nosso alívio.
Muitas vezes tive ímpetos de arrancar todo o meu assoalho pélvico, tamanha as dores vindas daquela região,  que sequer consigo localizar. No momento pior da dor, quero morrer, mas tomo água com um pouco de bicarbonato, analgésico e almofada bem quente. Ajuda muito e desisto de morrer.


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

QUEM SABE, UM OUTRO PROBLEMA ?https://www.youtube.com/watch?v=poN2xN4r8ks



Dr. Adriano Borges Amaral
Fisioterapia e Reabilitação

Terapia Miofascial
A Terapia Miofascial consiste no tratamento passivo, através de terapia manual que tem como objetivo inibir os prejuízos funcionais, os espasmos musculares reflexos e, conseqüentemente, tirando a dor. 

A palavra fáscia no singular não representa uma entidade fisiológica, mas um conjunto membranoso, muito extenso, no qual tudo está ligado, em continuidade, uma unidade funcional. Este conjunto de tecidos que constitui uma peça única trouxe a noção de globalidade, sobre a qual se apóiam todas as técnicas modernas de terapia manual. Seu principal corolário, base de todas essas técnicas é que o menor tensionamento, seja ativo ou passivo, repercute sobre o conjunto. Todas as peças anatômicas podem dessa forma, ser consideradas mecanicamente solidárias entre si, em todos os pontos da fisiologia. 

As fáscias musculares normalmente são acometidas devido à formação de pontos gatilhos, que são estruturas de maior tensão ao longo do ventre muscular, ocorrem por estresse constante na musculatura.

Os pontos gatilhos são nódulos dolorosos no tecido muscular degenerado, a dor referida pode ser evocada por estímulos mecânicos. Pode manter-se assintomáticos até que a movimentação ou a pressão provoque dor intensa ou espasmo muscular. Desenvolve-se geralmente após espasmo ou tensão muscular prolongada ou como seqüela de traumatismos agudos ou por micro traumatismos crônicos tais como os gerados por contração muscular e movimentos inadequados. Parecem constituir entidade clínica específica.

Histologicamente, consistem da degeneração ou destruição de fibras musculares.

A ocorrência de ciclos viciosos é a justificativa para o seu desenvolvimento. A redução de mitocôndrias muscular é tradução desse estresse metabólico que pode estar relacionado com a hiper atividade muscular nos PG ( pontos-gatilho ou trigger points).

A Terapia Miofascial é um método de cinesioterapia passiva, que através da terapia manual, tem o objetivo da inibir os prejuízos funcionais. 
A presença de pontos-gatilho ativos caracteriza a síndrome dolorosa miofascial, que é uma afecção álgica do aparelho locomotor que acomete músculos, tendões, fáscias e ligamentos. Caracteriza-se pela ocorrência de dor e pelo aumento de tensão dos músculos afetados. Fadiga e isquemia muscular localizada, devido à contração estática, constante repetição de movimento, posturas inadequadas, estresses emocionais, parecem estar envolvidas com sua gênese. A síndrome dolorosa miofascial também pode estar associada ou ser secundária a outras afecções músculo-esqueléticas, metabólicas como a diabete melitus e hipotireoidismo, inflamatórias e/ou infecciosas. 

Os músculos cervicais, escapulares e do membro superior, como os extensores e flexores de punho e dedos, além dos intrínsecos e lumbricais da mão, freqüentemente são afetados. A síndrome dolorosa miofascial está presente em grande parte dos casos de LER/DORT, dores na coluna vertebral, cintura escapular e pélvica, além dos membros, pois quando há tendinite e/ou neuropatia periférica e/ou artropatias, há contração muscular reflexa, ocasionando o ciclo vicioso dor-espasmo-dor, além da fraqueza e fadiga da musculatura regional e a distância. 

Freqüentemente, as lesões ligamentares e a inflamação induzem à formação de pontos-gatilho e de dolorimento nos músculos adjacentes, que se tornam a causa imediata da dor. O tratamento direcionado para a dor muscular não visa a etiologia da dor e, portanto, permite a recorrência dos pontos-gatilho e pontos de dor. O tratamento da doença de base como a bursite, e o da irritação (sensibilização) espinal segmentar (raiz nervosa), freqüentemente associada é necessário em associação ao tratamento do ponto-gatilho. 

Por esta terapia inibir os estímulos de dor, teremos um paciente preparado para receber outras terapias e manobras como: RPG, Cinesioterapia pouco mais agressiva entre outros.

A terapia miofascial é aplicada, na grande maioria, em pacientes com dor crônica. Isso ocorre devido ao fato do paciente só dirigir-se ao consultório para tratar a dor, após tentativas medicamentosas e até exercícios terapêuticos que não teve o resultado esperado pois há uma grande estimulação.
 O tempo de tratamento varia muito de acordo com o tipo de dor do paciente (aguda ou crônica), e de quais mecanismos de compensação foram desencadeados devido um processo inicial de dor. Por exemplo: uma pessoa com lombalgia, que sente muita dor nessa área, vai compensar em outro local, que por sua vez também vai ter estimulação do ponto gatilho desta área causando dor. A terapia vai agir exatamente nestes pontos de dor, inibindo-os. 

Agora, se por sua vez, um paciente indicar terapia com dor aguda os resultados são obtidos apenas em uma ou duas seções. Isso é explicável, pois uma pessoa com dor aguda não desencadeou mecanismos de compensação, facilitando o tratamento. Num tratamento crônico o período de terapia já varia de meses há anos, mas sempre ótimos resultados são alcançados. 

Podemos concluir a Terapia Miofascial, como um método que realiza técnicas já conhecidas, tendo a diferença de ser realizada simultaneamente e não deixando de respeitar os limites de expansibilidade dos tecidos.

OUTRA PESQUISA:    TERAPIA MANIPULATIVA - PARA DORES POSTURAIS
Imagine uma espécie de rede formada por uma película branca, semelhante à que encontra numa peça de carne, que envolve, separa, suporta, liga e protege todas as estruturas do seu corpo. 

Assim é fáscia, uma bainha de tecido conjuntivo fibroso que atua como uma peça única, desde o crânio até às plantas dos pés. A fáscia dá forma ao corpo, transmitindo tensões, sustentando músculos e órgãos, interrelacionando-os.

«É o nosso órgão sensorial mais rico, cheio de terminações nervosas, todas elas transmitindo informações precisas ao cérebro», revela Diogo Neves, osteopata habituado a lidar com este tipo de casos.

Os princípios desta terapia

Pressões diárias, posturas incorretas, choques emocionais, stress, traumatismos, cirurgias e respostas inflamatórias do organismo provocam tensão ao nível da fáscia. Estando diretamente ligado a órgãos e vísceras, este tecido vai afetar todos os sistemas, resultando no mau funcionamento das estruturas e provocando dor. 
Segundo esta terapia, criada pela bioquímica Ida Rolf, nos anos 20, qualquer tensão aplicada numa área do corpo reflete-se na totalidade da rede fascial. Partindo destes princípios, a terapia miofascial implica a leitura do padrão postural do indivíduo e de eventuais movimentos padrão – dobrar, inclinar para ambos os lados e até respirar – com o objetivo de reajustar os tecidos.

O que acontece durante o tratamento
O terapeuta começa por, explica Diogo Neves, «ouvir as queixas do paciente e apurar dados relevantes para o tratamento (profissão, hobbies, desportos praticados) para, depois passar ao bodyreading» (leitura do corpo). Avaliar o padrão postural permite relacionar as assimetrias com as queixas e as estruturas ou seja, a muscular e fascial.
«A partir daí, o terapeuta utiliza técnicas manuais para eliminar espasmos e tensões musculares que provoquem desequilíbrios, deixando depois o corpo assimilar a nova informação e readaptar-se», descreve o osteopata. Na sua essência, esta terapia envolve a aplicação de pressões suaves e estratégicas, que atuam no tecido conectivo, sem recurso a cremes ou aparelhos.

Áreas de atuação

Dor crônica, dores de cabeça, problemas de coluna, como escoliose, hiperlordose, hipercifoses, estão entre os casos que mais podem beneficiar deste tipo de abordagem terapêutica. Os problemas posturais acabam por influenciar toda a dinâmica da fáscia, podendo vir a implicar compressão de nervos e da parte vascular.
 
Como exemplifica Diogo Neves, «uma pessoa que passe muito tempo ao computador e se queixe de dores de cabeça, beneficia muito deste tipo de terapia, uma vez que um músculo pode ser, e muitas vezes é mesmo, a causa do problema. Alguém com estas características tem um padrão postural típico, apresentando a cabeça numa posição mais anterior do que o que seria desejável».
Quantas sessões são necessárias?

O número de sessões é  variável e depende do problema, mas é possível observar resultados logo a partir do primeiro tratamento. Como conta Diogo Neves, «o objetivo do paciente pode ser unicamente eliminar os espasmos musculares e  consequente dor de cabeça, como pode estar em causa uma situação em que o que se pretende é melhorar a postura, o que leva à necessidade de  realizar mais sessões e de começar a atuar desde os arcos plantares  localizados nos pés». Acrescente-se que 30 € é o valor da primeira  sessão, sendo que as seguintes custam 25 €.
Casos em que a terapia miofascial está contraindicada:

- Pessoas com cortes, feridas, fraturas ou erupções cutâneas.

- Doentes com neoplasias, aterosclerose, lúpus (fase aguda), artrite reumatoide (fase inflamatória) ou diabetes.

- Indivíduos com osteoporose ou sujeitos a tratamentos com cortisona.

- Grávidas.

O testemunho de quem experimentou

Aos  41 anos e consciente da forma como o excesso de peso afetava a sua  saúde, João Rebelo decidiu começar a correr. O bem-estar que esta  atividade lhe proporcionou levou-o, posteriormente, a participar em  corridas mais longas, de 10, 12, 14 quilômetros. Numa dessas maratonas  lesionou-se no pé direito, tendo-lhe sido diagnosticada pelo ortopedista uma fascite plantar.

Foi então aconselhado a recorrer à terapia miofascial. Graças a um tratamento intensivo de dois meses conseguiu controlar a sua lesão dolorosa. Hoje, para continuar a correr, faz pontualmente sessões para prevenir possíveis lesões e recuperar após as  corridas. «A terapia miofascial permite-me levar uma vida normal, sem  dores e fazer as minhas corridas com segurança», diz João Rebelo.

Onde fazer

Para mais informações visite o site 
www.diogopneves.wordpress.com ou ligue para o 964 562 533.

Texto: 
Madalena Alçada Baptista com Diogo Neves (osteopata)
Não deixe de ver este link:https://www.youtube.com/watch?v=poN2xN4r8ks   e https://www.youtube.com/watch?v=poN2xN4r8ks

O GUIA DO GENERALISTA ( vejam ainda) http://marquesbernadeth13.blogspot.com.br/

O guia do generalista 
para cistite intersticial
Como diagnosticar e tratar todos os casos, exceto os 
refratários, desta doença não tão incomum.

Christine LaSala, MD

Professora Assistente de Obstetrícia e Ginecologia Universidade de Connecticut Diretora, Divisão de Uroginecologia Hartford Hospital, Hartford, Conn
Os autores não receberam compensação financeira pela publicação deste artigo.
Copyright © 2009 Dowden Health Media, Inc.

Uma paciente típica urina 16 vezes durante o dia e 2 ou mais vezes à noite.
Em estágios mais avançados da doença, ela pode urinar 60 vezes por dia e a cada meia hora durante à noite, comprometendo gravemente a capacidade de manter o emprego, viajar, ou levar uma vida normal. De fato, sua qualidade de vida pode ser prejudicada tanto quanto a de uma pessoa com doença renal em estágio final. 1,2 Ela consulta uma média de 4 médicos e suporta sintomas irritacionais para urinar durante às vezes por 4 anos antes de sua doença ser identificada. A causa é desconhecida.
A cistite intersticial produz um espectro amplo na gravidade de sintomas, ocorrendo de forma episódica com crises espontâneas e remissões, ou de forma contínua, com urgência e dor urinárias intratáveis. Até recentemente, presumia-se que mulheres que apresentavam urgência urinária, com freqüência e dor tinham uma infecção do trato urinário (UTI) ou bexiga hiperativa e eram tratadas geralmente —sem beneficio— com vários ciclos de antibióticos ou anticolinérgicos.
Felizmente, a cistite intersticial está sendo reconhecida e tratamentos eficazes estão surgindo. Geralmente o ginecologista e obstetra – o primeiro médico que a mulher costuma consultar – precisa somente encaminhar a um especialista apenas os casos refratários. Este artigo descreve os componentes de diagnóstico e os tratamentos mais eficazes, incluindo o uso de agentes de primeira linha de amitriptilina e polissulfato pentosano de sódio.
CASO 
A bexiga hiperativa é a causa de sintomas persistentes?
“R.H.,” uma paciente saudável de 48 anos de idade G2P2 com história de 5 anos de urgência urinária e frequência, relata que ela urina “pelo menos 15 vezes ao dia.” Ela nega urge-incontinência, mas diz que apresenta incontinência urinária de esforço quando tem um forte resfriado. Quatro anos atrás, ela consultou um urologista devido à esses sintomas, após seu marido dizer que estava cansado de ter que parar o carro porque ela tinha que ir ao banheiro. “O urologista diagnosticou uma “bexiga pequena,” realizou uma “expansão” do ureter,” e prescreveu oxibutinina.
Seus sintomas melhoraram por aproximadamente 6 meses, depois progrediram e agora pioraram. Ela começou a administrar 4 mg de tolterodina por dia 2 meses atrás, conforme prescrito pelo seu médico de saúde primária. A sensação de urgência dolorosa melhorou mas não houve alteração na frequência.  R.H costumava acordar mais de 4 vezes durante a noite com vontade de urinar mas desde que começou a administrar tartarato de zolpidem para ajudar a dormir ela acorda apenas 2 vezes durante à noite.
Por que os sintomas dela são tão persistentes?
O caso desta mulher é um clássico exemplo de cistite intersticial que se mascara como bexiga hiperativa. O tratamento com medicamentos anticolinérgicos pode diminuir levemente os sintomas de urgência mas não tem efeito real sobre a frequência.
Este caso tem 5 sintomas característicos da síndrome de cistite intersticial:
1. Urgência 
2. Freqüência (mais que 8 micções/dia, levando em conta a ingestão de líquidos)
4. Dor intensa na bexiga
5. Noctúria (mais que duas vezes)
6. Ausência de infecção do trato geniturinário
Pacientes revelam sinais de “cansaço para lutar”
Mulheres com cistite intersticial podem estar ansiosas, depressivas, furiosas e com privação de sono e a intensidade da dor. Em algumas mulheres o estresse intensifica os sintomas urinários e a dor (assim como certos alimentos e bebidas comuns, especialmente cítricas, tomate e cafeína).Aproximadamente 60% das pacientes relataram dispareunia e muitas relataram dor pélvica crônica. De fato, 75% das mulheres que relataram dor pélvica crônica também tiveram sintomas irritativos ao urinar. Portanto, é importante questionar sobre os sintomas do trato urinário inferior sempre que uma mulher apresenta dor pélvica. 3,4
A dor pode ser suprapúbica, vaginal, perineal, ou se originar na virilha ou na região lombar. Embora 16% dos pacientes apresentem apenas dor e 30% tenham somente frequência urinária, a maioria dos pacientes sofre de ambos os sintomas.
Aproximadamente 40% relataram intensificação dos sintomas no período pré-menstrual ou ovulatório, no entanto os sintomas podem melhorar durante a gravidez.5 O volume urinário é geralmente pequeno, apesar da urgência severa, que nem sempre é resolvida. A dor pélvica pode melhorar depois da micção, mas logo reaparece.
Insidioso, piora do percurso
Os sintomas aparecem insidiosamente e pioram até um estágio “final” dentro de 5 a 15 anos, momento em que um platô é alcançado, com pequena progressão posterior. 6 Alguns especialistas sugerem que a doença pode ser classificada como “não ulcerosa precoce” ou “ulcerosa clássica.”

• Na doença precoce, a capacidade da bexiga excede 450 cc sob anestesia e com glomerulações e hemorragia.

• Na doença clássica, a capacidade da bexiga é menor que 450 cc sob anestesia, e úlceras de Hunner e fissuras são evidentes. As úlceras de Hunner são descritas como “uma cicatriz central com pequenos depósitos de fibrina antes da distensão e edema pós-distensão.”7
Até agora, entretanto, não há marcadores escolhidos para diferenciar os 2 tipos de doença. A proporção feminino-masculino é 9:1, e estima-se que cerca de 500,000 a mais de 1 milhão de adultos nos Estados Unidos tenham cistite intersticial.8 Mulheres caucasianas constituem 95% dos pacientes e a média da idade no momento do diagnóstico é de 45 anos. Trinta por cento das mulheres com cistite intersticial tem 30 anos de idade ou menos. Significativamente mais mulheres com cistite intersticial fizeram histerectomia em relação ao controle.9
Para um diagnóstico, não considere os critérios do NIH
Sintomas
Embora o National Institutes of Health (NIH)  ( Instituto Nacional de Saúde) tenha estabelecido critérios diagnósticos para pesquisa, os critérios são excessivamente rigorosos — 60% das mulheres com sintomas típicos de cistite intersticial não se qualificam, mas não devem ser necessariamente excluídas do diagnóstico e tratamento.
Quando uma mulher apresenta os sintomas característicos listados na página 18, mas também relatam dor contínua ou dismenorréia, outra patologia pélvica como endometriose deve ser considerada, embora a cistite intersticial deva ser incluída no diagnóstico diferencial de qualquer mulher que relate dor pélvica.
A incontinência é atípica. Se estiver presente, deve haver uma avaliação de incontinência para detectar hiperreflexia do detrusor ou dissinergia detrusor-esfíncter.
A Disúria sugere uma infecção do trato urinário (ITU), divertículo ureteral, atrofia urogenital ou vaginite.
Muitas pacientes apresentam um diagnóstico errado de “ITU recorrente”.
Recursos Diagnósticos
Diários miccionais são proveitosos e podem ser reveladores. A escala de dor Pélvica e Frequência Urinária (PUF), desenvolvida por Parsons é útil na predição da cistite intersticial (ver o gráfico para pegar e guardar na página 18). Quanto maior a pontuação, maior a possibilidade de cistite intersticial, particularmente com uma pontuação maior que 8.
Outro recurso é o índice O’Leary-Sant, que mede a dor, sintomas miccionais e qualidade de vida.
Exame físico e estudos laboratoriais

Realize um exame pélvico para excluir outras doenças e patologia pélvica, incluindo doenças sexualmente transmitidas, divertículo uretral e massas pélvicas. Normalmente, o exame pélvico em mulheres com cistite intersticial é negativo, exceto para sensibilidade suprapúbica e / ou no trígono vesical.

EAS, cultura e antibiograma são permitidos, mas geralmente são negativos. A citologia deve ser analisada, se a hematúria microscópica está presente ou outros fatores de risco como histórico de tabagismo ou idade acima de 40. Obtenha culturas para doenças sexualmente transmitidas se for indicado clinicamente. 
Estudos Urodinâmicos não são necessários para diagnosticar cistite intersticial. Entretanto, se tiver incontinência, a cistometria pode confirmar hiperreflexia do detrusor. Fora isso, a cistometria é normal exceto para sensação de aumento ou dor com enchimento da bexiga, ou capacidade da bexiga menor que 350 cc.
Teste de sensibilidade ao potássio: útil, mas doloroso
Sugere-se que mulheres com cistite intersticial tem a permeabilidade vesical aumentada, o que permite a passagem do potássio para o músculo detrusor. Assim, o teste de sensibilidade ao potássio muitas vezes é usado para diagnosticar a condição. O teste é um procedimento feito no consultório no qual duas soluções separadas são instiladas na bexiga: 40 cc de água estéril seguida por 40 cc de uma solução de 400 mEq de potássio por litro de água. Após cada solução ser instilada, os sintomas da paciente são monitorados. O teste é positivo quando o paciente responde apenas ao potássio.
A resposta pode ser marcante e dolorosa, e a bexiga deve ser esvaziada imediatamente. A irrigação posterior com água estéril pode ser necessária para aliviar o desconforto causado pela solução de potássio. Os sintomas estimulados pelo teste geralmente melhoram após o esvaziamento da bexiga, mas podem persistir e causar desconforto moderado, que limita a utilidade deste teste ambulatorial.
Parsons et al10 demonstrou uma resposta positiva de 81% (197 de 244 mulheres) para o teste entre mulheres com dor pélvica, comparada com 0 de 47 pacientes sem dor pélvica. Eles também descobriram que 70% dos pacientes com cistite intersticial e 4% dos controles tiveram uma resposta positiva.
Se uma mulher é extremamente volume-sensível durante a fase da água estéril, a fase do potássio pode não ser acurada. Uma resposta falso-positiva pode ser causada por infecção ou exposição anterior a radiação ou quimioterapia. É necessário um histórico completo.
Padrão ouro:   Cistoscopia sob anestesia
A cistoscopia com hidrodistensão sob anestesia é a forma exata para diagnosticar a cistite intersticial ou excluir sua possibilidade. Água estéril ou soro fisiológico é infudido até a capacidade da bexiga ser atingida. A ruptura da bexiga ocorre em até 10% dos pacientes, então uma inspeção cuidadosa durante o enchimento é indispensável. Após 5 minutos de distensão, o volume da bexiga é medido em um béquer calibrado. Hematúria terminal (os últimos 50 cc do efluente) geralmente é observada.
A capacidade normal da bexiga sob anestesia é 1.000 cc, mas é reduzida em mulheres com cistite intersticial. A capacidade da bexiga de 450 cc ou menos sob anestesia indica uma bexiga mais contraída e uma doença em estágio avançado. Glomerulações, petéquia, fissuras, ou (raramente) úlceras de Hunner são  tipicamente visíveis, independente do volume da bexiga. Entretanto, a presença de glomerulações não faz necessariamente um diagnóstico, porque podem ser encontradas em mulheres assintomáticas.
Além disso, observações cistoscópicas nem sempre se correlacionam com a gravidade dos sintomas (nem uma biópsia positiva sempre significa cistite intersticial). 
A hidrodistensão não é apenas diagnóstica, mas também pode ser terapêutica, já que a densidade da fibra do nervo simpático diminui com o procedimento.11 Entretanto, a necessidade deste procedimento está em discussão devido às limitações descritas acima. Capacidade da bexiga abaixo de 1000 cc com presença de glomerulações ou petéquia e fissuras, com ou sem úlcera de Hunner, constitui um diagnóstico definitivo.
A cistoscopia sob anestesia é recomendada porque o tratamento clínico pode ser caro e pode causar efeitos colaterais significativos. Um diagnóstico acurado deve preceder a terapia para evitar terapia incorreta em um paciente que não tem cistite intersticial. Além disso, a cistoscopia pode excluir neoplasia vesical ou outras doenças. Alguns carcinomas na bexiga passaram despercebidos em mulheres tratadas de forma empírica para cistite intersticial.12
Imagens cistoscópicas “significam mil palavras.” Quando uma mulher observa suas imagens cistoscópicas, a imagem de fato “significa mil palavras” Para muitas mulheres, as imagens “justificam” seus sintomas e confirmam que a doença é real.
CASO Não trate uma UTI
sem uma cultura positiva
“M.P.” é uma paciente G2P2 saudável de 44 anos de idade com histórico de ITU recorrente. Aproximadamente 14 meses atrás, enquanto estava de férias, ela começou a ter sintomas de frequência urinária, urgência e dor abdominal inferior que melhorava com micção. Ela ligou para seu médico de saúde primária, que prescreveu levofloxacina e fenazopiridina pelo telefone presumindo uma ITU. Como a paciente estava fora da cidade, uma cultura de urina não foi obtida.
Quando M.P. voltou das férias, seus sintomas apareceram novamente, então ela se submeteu-se a urinálise, incluindo cultura e antibiograma, e iniciou um curso de 7 dias de nitrofurantoína (100 mg duas vezes ao dia). Como seus sintomas não melhoraram no quarto dia, um segundo curso de levofloxacina foi administrado. A cultura de urina era estéril. Como seu médico recomendou, M.P. aumentou a ingestão de líquidos, incluindo água e suco de amora. Ela também evitou relações sexuais, já que intensificavam seus sintomas, isso melhorou o quadro parcialmente.
 
Três meses depois seus sintomas retornaram fortemente.
Como você pode tratar esta paciente?
A cistite intersticial pode ter sintomas consistentes com ITU inferior, mas as culturas de urina serão negativas e a resposta aos antibióticos será mínina. Muitas pacientes ligam para seus médicos e relatam “outra ITU.” Entretanto, se uma mulher é saudável sem histórico de doença renal ou diabetes, considere a cistite intersticial. Obtenha resultados de cultura de urina de outros médicos, se possível, para determinar se a infecção por bactéria foi confirmada alguma vez.
O suco de amora é ácido e pode intensificar a urgência e dor.
O que dizer aos pacientes
A Interstitial Cystitis Association (ICA) encoraja os pacientes a se envolverem com seu próprio tratamento. A ICA foi formada em 1984 por uma mulher com sintomas dolorosos na bexiga, e que havia sido informada pelos médicos que não havia nada errado. A organização concede aos pacientes atualizações de pesquisas clínicas, oportunidades em estudos clínicos, literatura e informação.
Uma vez que o diagnóstico é confirmado, é necessário aconselhamento e educação para o paciente. A obediência é importante.
Não há cura para cistite intersticial; a doença é crônica, com recidivas e remissões. Apesar de não avançar, uma vez que se desenvolve completamente, a melhora é lenta, geralmente ocorre após 3 meses ou mais de tratamento. Nenhum tratamento funciona para todos os pacientes, então estudos empíricos com vários agentes podem ser necessários. O tratamento geralmente é multimodal, e a justificativa para cada terapia deve ser explicada.
Faça o paciente manter um diário de micção antes e depois do tratamento, assim como durante qualquer intensificação, para fornecer evidência de melhora e identificar os gatilhos. Também instrua a paciente a prestar atenção a quaisquer alimentos ou atividades que intensificam seus sintomas (por exemplo, cafeína, atividade sexual).
Tratamento
Uma mudança na dieta adianta?
Alguns alimentos e bebidas aparentemente intensificam os sintomas, embora a ligação entre alimentos e sintomas não tenha sido totalmente investigada. Cerca de 53% dos pacientes com cistite intersticial associam o agravamento dos sintomas com fatores dietéticos, especialmente alimentos e bebidas ácidas.5 Devem ser tentadas restrições de dieta por 1 a 2 semanas para determinar quais alimentos devem ser evitados.
Gillespie13 encontrou níveis urinários elevados de metabólitos do triptofano em mulheres com bexiga hipersensível, comparado ao controle. 
Os metabólitos do triptofano podem romper a camada de glicosaminoglicano do epitélio da bexiga, como observado em um estudo envolvendo bexiga de coelhos.14
Supressão da vontade 
Outra estratégia útil é que o paciente aumente o tempo entre as micções usando técnicas de distração e contraindo os músculos do assoalho pélvico e afastando a primeira vontade de urinar.
Medicações orais
O polissulfato pentosano de sódio é um glicosaminoglicano com afinidade por membranas mucosas. É aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento da cistite intersticial. O mecanismo pelo qual ele reduz a dor e a freqüência urinária não está claro, mas ele pode substituir a camada de glicosaminoglicano deficiente no epitélio da bexiga.
O alívio da dor ocorre em aproximadamente 40% a 60% dos pacientes após 3 meses de terapia (100 mg por via oral 3 vezes ao dia).15
O paciente deve compreender que os efeitos benéficos podem não ocorrer pelo período de 3 a 6 meses, e que é necessário paciência para julgar o benefício do medicamento. A resposta é mantida por um longo prazo e o medicamento deve ser usado indefinidamente.
O polissulfato pentosano de sódio é bem tolerado, embora os efeitos colaterais gastrintestinais e alopecia reversível ocorram em 4% dos pacientes.
Realizar uma cistoscopia sob anestesia com hidrodistensão não é sempre necessária antes de iniciar o polissulfato pentosano, a não ser que o paciente tenha risco de neoplasia vesical. Entretanto, antes de administrar o medicamento, uma avaliação mínima deve incluir um diário de micção e também o questionário PUF ou teste de sensibilidade ao potássio.
Anti-histamínicos. Se a paciente tem histórico de alergias, ou foram confirmados mastócitos na biópsia de bexiga, um anti-histamínico, como a hidroxizina deve ser administrado junto com polissulfato pentosano de sódio. A hidroxizina tem um efeito inibitório nos mastócitos na bexiga, assim como anticolinérgico e propriedades analgésicas, que melhoraram sintomas típicos de cistite intersticial.
Inicie hidroxizina em uma dose de 10 a 25 mg, na hora de dormir por 1 semana, e aumente gradualmente para 50 a 75 mg. Os efeitos colaterais incluem sonolência, que é benéfico para mulheres que tem noctúria. Outros efeitos são boca seca e sensação de gosto amargo.
O cloridrato de amitriptilina também tem efeitos analgésico, anti-histamínico, anticolinérgico e sedativo. Amitriptilina é um inibidor da recaptação de noradrenalina e da serotonina que bloqueia a nocicepção no sistema nervoso central.
Comparada com placebo, a amitriptilina melhora significativamente a pontuação dos sintomas, dor e intensidade da urgência. Em um estudo realizado por van Ophoven e colegas, 16 50 pacientes (44 mulheres, 6 homens) foram designados randomicamente para amitriptlina em doses com autotitulação ou placebo. A pontuação de sintomas O’Leary-Sant, dor e intensidade na urgência melhora significativamente no grupo de amitriptilina, comparado com placebo.
Os efeitos colaterais anticolinérgicos (por exemplo, boca seca, constipação), ganho de peso e sedação ocorrem em 20% a 80% dos pacientes. Um estudo aberto de amitriptilina de eficácia de longo-prazo para cistite intersticial,17 (média de 17 meses) revelou uma taxa de resposta de 64% (60 de 94 pacientes) usando o questionário de avaliação de resposta geral.
Inicie amitriptilina em uma dose de 10 a 25 mg na hora de dormir, gradualmente aumentando para 75 mg conforme tolerado. A sedação é um fator limitante em altas doses. Outros antidepressivos tricíclicos não foram estudados de forma significativa no tratamento da cistite intersticial. Quando utilizada como parte de um tratamento multimodal adicionada ao polissulfato pentosano de sódio, a dose de amitriptilina pode ser diminuída gradualmente quando a remissão for obtida. Nenhum estudo comparou a resposta do tratamento usando polissulfato pentosano de sódio com e sem amitriptilina. 
Os bloqueadores dos canais de cálcio (nifedipina) e medicamentos para dor neuropática (gabapentina) estão sendo investigados.
Agentes anticolinérgicos antispasmódicos são tipicamente ineficazes em mulheres com cistite intersticial. De fato, se uma paciente não tem melhora nos sintomas após esses medicamentos serem testados, a cistite intersticial deve ser fortemente considerada.
L-arginina Oral (1.500-3.000 mg por dia, doses divididas) melhorou sintomas em um pequeno estudo devido ao aumento da atividade da óxido nítrico sintase.18
NSAIDs (antiinflamatórios não esteróides) são usados de forma secundária e pode ajudar a reduzir a dor.
Terapia Intravesical
Pacientes incapazes de tolerar medicamentos orais podem se beneficiar com a terapia intravesical. Pode ser usada também como um auxiliar da terapia oral. A terapia intravesical coloca os medicamentos diretamente na parede da bexiga com uma baixa incidência de efeitos colaterais. Os riscos incluem um poten¬cial para ITU por meio da cateterização, assim como uma cistite química transitória, que aumenta os sintomas. Uma variedade de “coquetéis” terapêuticos são usados.
O Dimetil sulfóxido (DMSO) é o único outro medicamento, além de polissulfato de pentosano, aprovado pelo FDA para tratamento de cistite intersticial. DMSO tem efeitos antiinflmatório, analgésico relaxante muscular e inibe a atividade dos mastócitos. DMSO induz a remissão em 50% a 70% dos pacientes por mais de 24 meses.19
A lidocaína em geléia é injetada via intra-uretral, seguida por instilação de 50 cc de DMSO (sozinho ou com heparina, bicarbonato de cálcio e Solu-Cortef). Esta solução é contida na bexiga por 20 a 30 minutos antes da micção.
DMSO é secretado através dos pulmões e pele e tem um odor de alho. Os tratamentos são administrados a cada 1 a 2 semanas para um total de 4 a 8 tratamentos. Se a condição retornar, DMSO pode ser reinstituído em uso de longo prazo. Pacientes motivados podem ser ensinados a administrar o tratamento sozinhos.
A heparina é uma outra opção. Ela e administrada em dose de 10.000 U três vezes por semana.
Ácido hialurônico. Em um estudo pequeno envolvendo 20 pacientes, a administração intravesical semanal do ácido hialurônico melhorou os sintomas em 65% dos pacientes, com uma redução de 40% e 30% na noctúria e na dor, respectivamente.20 O polissulfato de pentosano de sódio intravesical é outra opção que melhora os sintomas e aumenta a capacidade da bexiga,21 embora esteja faltando estudos maiores sobre sua eficácia.
A solução intravesical de Bacilo de Calmette-Guérin (BCG) tem uma taxa de resposta de 60% em 1 estudo (versus 27% do placebo).22 O mecanismo de ação é desconhecido, mas solução pode regular a resposta imune da bexiga. Estudos adicionais estão pendentes.


O ciclo vicioso da exposição, inflamação e dor

1. Permeabilidade da bexiga alterada 
Na cistite intersticial, a camada protetora de glicosaminoglicano pode apresentar falha, aumentando a permeabilidade da bexiga. O fator antiproliferativo na urina pode prejudicar a proliferação e reparo do urotélio, aumentando ainda mais a permeabilidade da bexiga.28 Esse colapso permite que o potássio penetre no urotélio, estimulando os receptores da dor e causando uma resposta inflamatória no músculo detrusor.
Perda da camada protetora normal

Em uma bexiga normal, o epitélio é protegido por uma camada de glicosaminoglican que é iônica e hidrofílica (GAG), que serve como uma barreira contra a urina, que é hiperosmolar e rica em ácido e potássio. Quando a camada GAG é deficiente, como é sugerido na cistite intersticial, aumenta a permeabilidade da bexiga, iniciando uma resposta inflamatória que inibe o reparo da camada GAG, criando um ciclo vicioso de exposição, inflamação e dor.
2. Ativação de mastócitos 
A degranulação dos mastócitos pode causar ou contribuir com a cistite intersticial e produzir seus sintomas característicos. Os mastócitos também podem ser ativados em resposta a um fator nocivo. Essas células secretam histamina, prostaglandinas, leucotrienos, citocinas e fatores quimiotáticos. A urina das mulheres com cistite intersticial contém histamina, metabólitos de histamina e triptase,29,30 e a microscopia eletrônica das biopsias da bexiga mulheres afetadas revela degranulação de mastócitos próximo as fibras do nervo sensorial. Quando essas fibras são estimuladas, elas liberam neuropeptídeos (como a substância P) e pode estimular inflamação por ativar mastócitos e nervos terminais próximos.31
3. Inflamação
A inflamação desempenha claramente um papel na cistite intersticial. Biópsias da bexiga revelam inflamação de leve a grave e a presença de células T, células B, células plasmáticas, neutrófilos, eosinófilos e mastócitos. Mediadores inflamatórios como calicreína, inibidor de interleucina-6, interleucina-2 e fator quimiotático dos neutrófilos estão aumentados na urina dos indivíduos com a doença.
4. Autoimunidade
Características clínicas da cistite intersticial que imitam as de outras doenças autoimunes incluem sintomas crônicos que aumentam e diminuem; prevalência maior em mulheres; depósitos imunológicos em biópsias da bexiga com infiltrados de células mononucleares, que sugere a presença de autoantígenos vesicais; associação com outros distúrbios autoimunes como a síndrome de Sjogren e lúpus e, em alguns casos, uma resposta positiva a esteróides ou outros imunossupressores.32
5. Infecção 
Alguns especialistas defendem que infecção oculta por organismos meticulosos, fungos ou vírus desempenham um papel no desenvolvimento da cistite intersticial. Entretanto, culturas especiais, sorologia e microscopia eletrônica não revelaram organismos associados consistentemente com a doença.33
O uso das técnicas de reação em cadeia da polimerase para testar DNA bacteriano nas biópsias de bexigas de pacientes com cistite intersticial tem rendido resultados conflitantes. 3435 A infecção pode ser o evento provocador da lesão do epitélio da bexiga, causando uma cascata de inflamação.
6. Alterações neurológicas
Estudos revelaram aumento na densidade da fibra do nervo simpático nas bexigas de pacientes com cistite intersticial. 31,36 A doença pode ser também um tipo de distrofia simpática reflexa com atividade simpática espinhal aumentada e anormal. Butrick descreve a cistite intersticial como uma “síndrome de dor visceral.”37
As fibras C (aferentes silenciosas) transmitem dor quando ativadas por um estimulo nocivo ou prolongado. Isso conduz a alterações neuroplásticas que reduzem o limiar de nervos nociceptivos, assim reduzindo a quantidade de estímulos necessários para provocar dor (alodinia). As vísceras pélvicas compartilham a inervação, o que pode explicar a associação entre a cistite intersticial e síndrome do intestino irritável e endometriose. A cistite intersticial não é limitada a bexiga; ela envolve inflamação neuropática crônica, hiperatividade aferente e sensibilização central. A percepção do aumento da dor pode causar instabilidade do músculo do assoalho pélvico, espasmo e estado hipertônico. 38



Terapias alternativas
Estimulação elétrica do nervo
Esta modalidade transcutânea melhora os sintomas em 25% a 50% dos pacientes.23
Acredita-se que isso estimula os nervos aferentes, o que ativa os circuitos inibitórios e diminui a sensação de dor.
A Neuromodulação sacral é outra modalidade que está sendo estudada para o tratamento de cistite intersticial. Até agora reduziu significativamente os sintomas de urgência-frequência urinária assim como a dor.24
Outras novas terapias sob investigação incluem injeção intravesical de toxina botulínica, resiniferatoxina, terapia genética e inibidores do Fator de Crescimento do Nerval.
Cirurgia: Altas taxas de reincidência tornam-se um último recurso
O tratamento de úlceras visíveis por ressecção ou ablação a laser melhora os sintomas, mas acarreta uma taxa de recidiva de mais de 50%.25
Cirurgias mais agressivas, com incluem taxas de cura variando de 50% a 80%, inclui procedimento de denervação, aumento da cistoplastia para bexigas gravemente contraídas (não necessariamente devido a cistite intersticial), cecocistoplastia (onde um segmento do ceco é excisado e é realizada a reanastomose com a bexiga, para aumentar a capacidade vesical) e uma cistouretrectomia total e desvio urinário.
No entanto, a dor persistente foi relatada após esses procedimentos invasivos e a autocateterização intermitente permanente e/ou uma nova operação muitas vezes é necessária. 26,27


O QUE VOCÊ PRECISA SABER  SOBRE CISTITE INTERSTICIAL / SÍNDROME DA BEXIGA DOLOROSA
 A cistite intersticial / síndrome da bexiga dolorosa (IC / PBS) é uma condição crônica caracterizada por dor pélvica, urgência e frequência urinária. IC / PBS  e  afeta significativamente a qualidade de vida. Mesmo que as pessoas com IC / PBS  pareçam saudáveis, muitos têm de reduzir as suas atividades de trabalho e lazer e têm dificuldade em dormir e manter intimidade sexual
Não existe cura para a IC / PBS, mas existem terapias que podem aliviar sintomas debilitantes.
Fatores de risco para IC / PBS
O único fator de risco definitivo para IC / PBS é o sexo feminino: significativamente mais mulheres do que homens têm esta  doença. Nos Estados Unidos, estima-se que mais de um milhão de mulheres e mais de 80.000 homens  têm IC / PBS. No entanto, IC / PBS pode ser subdiagnosticada nos homens porque alguns homens são classificados erroneamente como tendo prostatite crônica Outros fatores de risco possíveis incluem hereditariedade e infecção anterior do trato urinário
CAUSAS DE IC ( em inglês) CI ( em português) ou /SBD ( síndrome da bexiga dolorosa)
A causa exata da CI é desconhecida, mas pesquisas têm mostrado que danos na bexiga podem desencadear esta condição. Em pacientes com CI pesquisadores têm encontrado patologias específicas, incluindo anormalidades da camada interna protetora da bexiga,mudanças na função do nervo dentro do parede da bexiga, e mudança nas  substâncias produzidas na  superfície da uretra, tais como fator anti-proliferativo
Os pesquisadores estão estudando as condições que parecem ocorrer mais freqüentemente em pessoas que têm CI do que no população em geral: alergias, pele sensível , síndrome do intestino, irritável, dor vulvar síndrome (vulvodínia), espasmo muscular do assoalho pélvico, e endometriose.
SINTOMAS DE CI
Os sintomas de IC / PBS podem variar em gravidade e frequência, e incluem: dor pélvica, pressão ou desconforto, urgência urinária  persistente, frequência tipicamente associada com essas sensações. Ausência  de infecção ou outra patologia. Dor pélvica, às vezes descrita como pressão ou desconforto, é o sintoma de definição. Quando a bexiga enche, a dor aumenta; quando a bexiga esvazia, a dor muitas vezes diminui. A dor, por sua vez, pode aumentar a sensação de urgência, que é geralmente aliviada pela micção.
As mulheres que têm IC / PBS urinam de  10 a 50 vezes em 24 horas e sofrem de noctúria e dispareunia, especialmente nos períodos menstruais. Homens também têm problemas com noctúria e dispareunia.
Diagnóstico de CI / SBD
Pessoas com IC / PBS podem sofrer desnecessariamente numa média de 5 a 7 anos, antes de receber um diagnóstico preciso. A condição é difícil de diagnosticar: marcadores biológicos ainda não foram confirmados, e mimetizam outras condições. Estudos recentes têm focado em identificação dos marcadores biológicos.
A abordagem geral para o diagnóstico de IC / PBS é empírica. Em primeiro lugar, outras condições são excluídos, por exemplo, infecção do trato urinário, bexiga hiperativa, carcinoma da bexiga, e efeitos de drogas de ciclofosfamida, aspirina, NSAIDs, e allopurinol. Então, os pacientes com sinais e sintomas característicos são tratados presumidamente como pacientes IC ou SBD.
Nos Estados Unidos, os médicos utilizam geralmente seis ferramentas para uma avaliação diagnóstica básica:
Histórico do paciente (micção frequente, dor pélvica ou desconforto e freqüência urinária e urgência e notúria;
O exame físico: (exame pélvico em mulheres e digitais exame retal em homens)
O exame de urina:Urocultura,
Citologia (quando indicada)  
Outros testes que podem ser realizados são cistoscopia com hidrodistensão sob anestesia ", teste de sensibilidade de potássio" (Para identificar agravamento dos sintomas causados ​​pela potássio em solução irritante na parede da bexiga), e um "uma prova anestésica "(para identificar melhora dos sintomas após instilação intravesical de um anestésico) .
Durante a fase de diagnóstico, considere  os seguintes cenários:
Paciente  tratada  com a bexiga hiperativa continua experimentando persistente e dilacerante dor suprapúbica associada com  desconforto pélvico ou dor.
Paciente que  não responde aos antibióticos empíricos para "Infecção recorrente do trato urinário," especialmente se cistite bacteriana não está presente e o paciente tem  desconforto com o enchimento da bexiga.
Paciente do sexo feminino  continua a ter dor pélvica ou desconforto após a terapia para a endometriose (médica e / ou cirúrgico), especialmente se ela tem urinária frequência ou mudança na dor ou desconforto com o enchimento da bexiga e o esvaziamento.
Paciente do sexo masculino  tem sido tratado por "prostatite" com terapias, tais como antibióticos e bloqueadores alfa, mas continuam a ter dor pélvica ou desconforto percebido e associado com a bexiga e possivelmente sintomas miccionais irritativos

Gestão de IC / PBS
Prestadores de cuidados primários ( clínicos gerais) variam em sua abordagem de tratamento da CI, mas muitos focam em estratégias dietéticas e de auto-ajuda e terapia oral antes de tentar outras terapias. A cirurgia é raramente é aconselhada.
A terapia oral:  os mais utilizados são pentosan polissulfato de sódio  (PPS; Elmiron®), a única terapia oral aprovada pela Food and Drug EUA Administration (FDA) para utilização em CI/SID; amitriptilina; e hidroxizina (Atarax, Vistaril®)
Outras terapias utilizadas para IC / PBS são:
terapia intravesical : Esta terapia envolve infiltrar uma agente único ou "cocktail" de agentes para dentro da bexiga. É geralmente utilizada como tratamento de segunda linha ou em conjunto com a terapia oral ou outros tipos de tratamento conservadores. Dimetilsulf óxido (DMSO; RIMSO®-50) é a única terapia intravesical que tem aprovação da FDA para uso nesta doença.
Hidrodistenção: Enquanto o paciente está sob anestesia, o urologista realiza um exame cistoscópico  e distende a bexiga com água esterilizada durante 1-2 minutos. Prestadores de cuidados primários podem  considerar encaminhamento de pacientes para especialistas, se os sintomas não respondem a terapias de  via oral, o  diagnóstico está em dúvida, ou eles são desconfortáveis nos tratamentos de tais  condições ou não querem perder tempo para fazê-lo
Aconselhamento de pacientes
Os profissionais de saúde devem reconhecer os desafios de viver com CI, devem tranquilizar os doentes quando a condição pode ser diagnosticada, apesar da ausência de sintomas específicos, explorar opções de tratamento, e oferecer apoio de dieta e estratégias de auto-ajuda.
Com a estratégia de dieta, os pacientes diminuem potenciais crises e reintroduzem alimentos um de cada vez.

Algumas substâncias que podem desencadear os sintomas:
Café e chá ;    Outras bebidas com cafeína;
 Soda;   quaisquer bebidas alcoólicas;
frutas e bebidas cítricas;
Os adoçantes artificiais ;
Alimentos picantes;  Tomates
Os aditivos alimentares e conservantes ;
Para uma lista completa, visite www.ichelp.org/diet